terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Marketing e Turismo

Como a cidade de Castelo se destaca em seus atrativos turísticos no Sul do Estado do Espírito Santo, resolvi postar esse artigo:


Desafio do Marketing focado no turismo para os grandes

Desde que o Brasil foi eleito para sediar a próxima Copa do Mundo em 2014, e o Rio de Janeiro os Jogos Olímpicos de 2016, o país vive um momento único e tem a oportunidade de mudar completamente a imagem que tem no exterior. Deixar de ser visto, de uma vez por todas, como um país pouco sério, com enormes desigualdades sociais, terra do Carnaval e do futebol.
Visando uma possível virada neste cenário, o Ministério do Turismo, por meio da Embratur lançou, em 2009, um plano estratégico para posicionar o Brasil no mercado turístico global, o Plano Aquarela 2020 – Marketing Turístico Internacional do Brasil. O projeto tem como objetivo que o país consiga antes, durante e depois dos grandes eventos esportivos se firmar como um dos mais importantes destinos turísticos,  aumentando o fluxo de turistas estrangeiros, seus gastos e o tempo que ficam em solo Brasileiro.

Em 2010, quase 5,2 milhões de estrangeiros vieram ao Brasil gastando US$ 5,9 bilhões, um crescimento de 11,58% se comparado a 2009. Apesar de termos atingido um crescimento respeitável no Turismo, ainda é um número muito conservador. Para se ter uma idéia, somente o Museu do Louvre, em Paris, foram 8,5 milhões de visitantes em 2010, sendo 3,3 milhões a mais de turistas que no Brasil inteiro!
Os resultados esperados pela Embratur são extremamente otimistas. Os objetivos do Plano Aquarela são de atingir 11,1 milhões de visitantes estrangeiros, alcançar 12 bilhões de euros de receitas com gastos de turistas estrangeiros até 2014, aumentando em mais de 300% a entrada de divisas por esse meio e consolidar a liderança na América do Sul.
Para se atingir a “maioridade” em termos de Turismo Mundial é consenso nacional que temos que investir em infra-estrutura urbana. Há necessidade latente de obras e expansão dos principais aeroportos e portos, ampliação da rede hoteleira e centros de eventos, vias exclusivas para ônibus, além de estradas, viadutos e metrôs, assim como do projeto para veículo leve sobre trilhos (VLT). Tudo isso de forma sustentável, a seguir o exemplo de Londres, que em 2012 terá o evento Olímpico mais sustentável da história, segundo afirmou o diretor de Sustentabilidade da Autoridade Olímpica Britânica (ODA), Dan Epstein. Dinheiro não deve ser problema, pois afinal, somente para as Olímpiadas, os investimentos públicos são estimados em US$ 18 bilhões contra apenas US$ 7 bilhões gastos em Barcelona, nos jogos de 1982.  O total de investimentos para os dois megaeventos esportivos totalizam US$ 36 bilhões.
Todas as pesquisas apontam o Turismo como uma das atividades que mais irá crescer em decorrência destes eventos esportivos.  O papel do Marketing neste empreitada é inquestionável. Otimizar informações, melhorar canais de comunicação, ampliar acesso à informação e mídias sociais serão apenas algumas atividades agregadas às campanhas de publicidade e às ações de relações públicas previstas pelo setor. Porém, não trata-se de tarefa fácil, visto que, infelizmente, a maioria das personagens deste segmento encaram o Marketing como gasto e não como investimento. Estima-se que as empresas deste setor invistam menos de 1% de seus orçamentos nesta atividade.
Outro grande desafio está na busca de bons profissionais de Marketing para trabalhar no Turismo. Como a verba é curta, a contratação e, consequentemente, a remuneração destes profissionais fica comprometida. Pergunte aos estudantes de Comunicação e Marketing e veja se algum deles responderá que seu sonho dourado é trabalhar em alguma agência de viagem ou na Hotelaria. Não há planos de carreira definidos e ainda há muito pouca valorização destes profissionais neste segmento.
O Governo, a Embratur e as empresas do setor no país sonham em ver o Brasil como protagonista no cenário mundial do Turismo. Mas para tanto precisam unir planejamento e investimentos para realização deste sonho. A criação de produtos que sejam um mix turístico para os públicos mais especializados, como agências de viagens com expertise em premiação de campanhas de incentivo de vendas, investimento na profissionalização de guia de turismo, desenvolvimento de destinos, operadores de pacotes esportivos vinculados às entradas aos jogos e eventos, entre outras iniciativas.  Resumindo, adequar oferta e demanda, com boa gestão internacional da informação turística do país.
A oportunidade está aí e é única. Cabe ao Brasil como um todo fazer este salto e passar para o rol dos países anfitriões vencedores. Parafraseando Peter Drucker, “a melhor maneira de prever o futuro é criá-lo”.

Por Carolina Mescolin

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