segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Existe Marketing em Pequenas Cidades

Sou de uma cidade com pouco mais de 120 mil habitantes, um dos maiores pólos da indústria da moda brasileira e com comércio varejista sólido. Acredito que existam centenas de cidades com características parecidas por esse Brasil afora.

Por força de uma atividade de trabalho, resido em Colatina/ES (cerca de 130 km de Vitória), onde também atuo como consultor de empresas, especificamente na área de Marketing;

O Marketing é uma ciência, filosofia de gestão (ou outra definição dentre as muitas existentes) que norteia o planejamento estratégico das empresas. Certo? Nem sempre.

Marketing é uma palavra bonita, mal interpretada e maldita. É bacana ver na TV a legenda de um entrevistado de multinacional: “Diretor de Marketing”, mas é muito comum achar que Marketing é fazer panfleto para pregar em postes ou entregar no farol. Pior ainda é a “satanização” do Marketing como sendo o responsável por eleições de políticos inescrupulosos, ou pela venda de produtos politicamente incorretos.

Claro que não pretendemos que as pessoas tenham total entendimento sobre a importância do Marketing. Muitos de nós precisamos de anos em sala de aula para ter essa compreensão, então o que dizer do leigo?

No próprio curso de Administração, Marketing é uma matéria sem a importância merecida, tornando os futuros executivos, em grande parte, meros contadores preocupados com vendas e fluxo de caixa. Ok, vender é de suma importância, mas de maneira sustentável e planejada é ainda mais. Up Selling e Cross Selling são expressões traduzidas facilmente, mas a interpretação de informações que irão abalizar essas ações precisa contar com profissionais com visão de mercado aguçada e grande intimidade em gestão de relacionamento com os consumidores, por exemplo.

“Marketing é conquistar e manter clientes” – Theodore Levitt

Esta é a minha definição preferida porque resume numa única frase a essência do Marketing. 4Ps, CRM, RP, PP... E tantas outras ferramentas que redundam na definição de Lewitt.

O problema aqui no interior é explicar ao empresário a função do Marketing para seu negócio. Imagine se um médico tivesse de explicar ao paciente sobre sua profissão antes de “colocar a mão na massa”. Uma comparação meio fora da curva, mas muitas vezes o profissional de Marketing é contratado para “urgências e emergências”.

Quando um empresário busca entender o Marketing significa que já percebeu sua importância, mas precisa esmiuçar o assunto para aplicá-lo. O problema é o empresário que acha que sabe sobre Marketing, fazendo tudo como se fosse profundo conhecedor do tema, propagandas fora do planejamento porque o dono do veículo é seu amigo, falar para o publico errado, concorrer apenas com base em preços ou seguir a “manada”, entre outras atividades baseadas apenas no empirismo. Decerto que alguns pouquíssimos empresários mais antenados buscam no Marketing uma melhor competitividade para seus negócios, mas, invariavelmente, através dos profissionais de grandes centros com passagem por grandes empresas, e remunerados a preço de ouro. Ou seja, é 8 ou 80.

Resumindo, as empresas de destaque no cenário global/nacional sediadas no interior contratam os profissionais que valem pelo que cobram, menos do que pelo resultado que possam proporcionar. As empresas locais vão do jeito que dá, “fazendo um marketing” aqui e outro acolá.

--
Postado por Paulo Rubini no MARKETING 360 GRAUS em 1/26/2010

0 comentários:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...